Em primeiro lugar eu queria te dar parabéns. Todas nós merecemos por ter chegado até aqui em um ano avassalador.
Tudo bem se você não leu a meta de livros que tinha planejado ler.
Tudo bem se a sua dedicação ao trabalho ou estudos não foi 100%.
Tudo bem se aquela gaveta ou armário que você prometeu arrumar continuam bagunçados.
Tudo bem se, da lista de promessas do último ano novo, você não conseguiu riscar nada.
Tá tudo bem.
Fizemos o que deu, estamos cansadas, emocionalmente abaladas.
Estamos vivendo no modo de sobrevivência há tempo demais.
Parabéns por você que trabalhou mesmo sem ter vontade, que foi gentil com as pessoas mesmo quando elas não foram com você, que teve a coragem de começar um novo negócio mesmo que isso tenha sido motivado por necessidade e não por realização.
Para você que fez uma verdadeira mágica na hora de pagar os boletos. Para você que decidiu investir em alguma terapia para se conhecer melhor e processar seus sentimentos. Para você que se permitiu comprar um mimo só para você.
Para você que não esperou um dia feliz, mas agiu ativamente para torná-lo feliz. Para você que descobriu a fortaleza que há dentro de você e que conseguiu superar os momentos de maior dificuldade e dor, incluindo a perda de alguém querido.
Parabéns para você que todos os dias decide que vai se amar e ser livre.
Sendo bem sincera, são poucos os grandes marcos que vamos celebrar ao longo da vida. E é por isso que precisamos comemorar as pequenas coisas do dia a dia, os momentos que nos fazem bem, quando estamos em paz.
Talvez você não esteja se sentindo ainda 100% como você mesma, mas isso também vai passar.
O mundo ainda tem coisas lindas para ver e viver. O momento pode não ser favorável, mas vai chegar o dia em que poderemos viver plenamente. De novo.
Por aqui, foi um ano de muito trabalho e de tirar projetos do papel, mesmo com todas as limitações e a impossibilidade de fazer os eventos que tanto gostamos. Adoramos uma boa festinha e de estar perto de você!
Essa construção por um mundo mais justo para as mulheres é nossa, e também queremos celebrar isso.
Para citar alguns projetos desse ano:
– Produzimos três webséries: Mulheres Free Free na história, Papo sério tá na moda e um especial de três episódios com a maravilhosa Mari Alixandre, falando da importância de conhecer o seu próprio corpo, prevenir o câncer de mama e se amar em todas as situações.
– Fizemos um projeto de geração de renda com mulheres de todos os biomas brasileiros que usam a natureza para criar sua arte.
– Celebramos a força que há dentro de cada uma de nós em #MInhaHistóriaMinhaForça
-Lançamos nossa própria plataforma de educação com um ciclo completo que traz dicas sobre começar seu negócio, usar a moda como ferramenta de cura e cultivar o amor próprio
– Em parceria com o Seu Jorge, iniciamos nosso projeto de advocacy que é o DCPR – De Dentro de Casa pra Rua – um manifesto em prol da equidade e do compartilhamento justo das tarefas entre pais e mães, em todas as suas interseccionalidades. Alterar as estruturas domésticas reflete no mercado de trabalho e até na segurança de um país. A gente mudo o mundo, de dentro de casa pra rua!
– Tivemos a honra de contar com a presença da renomada professora de Harvard, Dra. Joan Johnson-Freese no nosso Summit, um evento realizado para celebrar os 15 anos da Lei Maria da Penha e que discutiu a relação entre equidade de gênero com prosperidade, segurança e estabilidade de um país. Também participaram Elza Paulina de Souza (Secretária Municipal de Segurança Urbana de São Paulo), Dra. Valeria Scarance (MPSP), Eduardo Fonseca (Diretor de ESG e Assuntos Institucionais do Grupo Boticário) e Yasmine McDougall Sterea (Free Free)
– Para ser livre e independente, é essencial ter liberdade financeira, mas se bancar vai muito além disso. Devemos bancar nossa aparência, nossos sentimentos, nossa personalidade. E assim nasceu o #EuMeBanco
– Falar em educação sexual é oferecer os instrumentos para que os jovens façam escolhas conscientes, planejem seu futuro, cuidem da saúde e saibam identificar e evitar situações de abuso. Já a pobreza menstrual é um tema que ganhou grande repercussão esse ano, e é também uma realidade que precisamos mudar. Preparamos duas cartilhas sobre esses assuntos que estão disponíveis na nossa biblioteca.
– Esse ano o Festival Free Free foi virtual, mas o distanciamento foi somente físico. Tivemos uma noite repleta de informação, trocas, boas risadas e união feminina. Falamos sobre nosso corpo, sexualidade, menstruação, limites e sonhos.
– Em outubro lançamos as peças da coleção A nossa liberdade é pink em parceria com a DZARM. Além de promover a conscientização do câncer de mama e abordar o poder de cura da moda, essa colab apoiou os projetos de educação do Free Free. Também pudemos doar 100 consultas médicas para o Instituto Horas da Vida e mamografias com o apoio do FEMME – Laboratório da Mulher.