Você já parou pra pensar nas semelhanças entre dor e prazer? Podemos até dizer que são sensações opostas, mas de certa forma elas despertam em nós coisas muito parecidas.
Inclusive, existem estudos que associam a ativação das mesmas áreas do cérebro quando sentimos dor e um orgasmo, por exemplo.
Mas falando de forma mais geral, a maioria de nós prefere fugir da dor e buscar o prazer, não só o sexual.
Às vezes ampliamos uma dor que não merecia receber tanta ênfase.
Às vezes não aproveitamos um prazer de forma plena por sentirmos culpa, por não acharmos que somos merecedoras, ou por estarmos ansiosas já pensando que essa sensação boa que estamos sentindo vai acabar e, assim, não conseguimos apenas apreciar o momento.
Vivemos um longo período com a pandemia em que a dor foi constante, para não dizer diária, então está na hora de focar um pouco no prazer. De forma segura, claro.
Esse foi o melhor orgasmo que sentimos esse ano. Afinal, a vacina foi o que nos devolveu a vida. Viva a ciência!
Não que exista uma compensação cósmica, sendo que para cada dor que experienciarmos seremos presenteadas com um prazer subsequente, ou vice-versa.
Mas na vida, teremos sim momentos de dor e de prazer.
Podem ser involuntários ou autoinfligidos.
E o que está nas nossas mãos, ao nosso alcance, é como vamos lidar com essas duas sensações.
Nos momentos de dor, devemos ser compreensivas com nós mesmas, aprender a nos acolher. Não fugir ou minimizar. Não devemos tentar aparentar que somos fortes para o mundo e sofrer duas vezes por conta disso.
Quando a dor vier, abrace a sensação. Chore se precisar. Até ficar desidratada.
Não dizem mesmo que água salgada cura tudo? Sejam as lágrimas, o suor ou o mar…
E em relação ao prazer, precisamos aprender a nos permitir senti-lo integralmente.
Não é egoísmo valorizar o nosso prazer, sem medo de julgamentos, de ser associada a uma ou outra coisa. Um pouco de hedonismo não faz mal a ninguém.
Quer fazer algo? Faça. Quer usar uma roupa especial em um dia comum? Use. Pra que esperar uma ocasião especial? Faça você a ocasião especial.
E é nesse espírito, de um verdadeiro renascimento de primavera e verão, que anunciamos a segunda edição da COLORIDO, a revista da Free Free.
Com vários entendimentos sobre dor e prazer, e todas as nuances que existem entre eles, reunimos mais uma vez um grupo de mulheres incríveis de diferentes áreas para falar sobre esses temas.
Participam da nova COLORIDO Tabata Amaral, Maria Luiza Jobim, Liliane Prata, Dra. Larissa Cassiano, Dra. Carolina Ambrogini, Débora Taylor, Daniela Cachich, Bivolt, Aline Bei, Yasmine McDougall Sterea, Maya Weishof, Luiza Trindade, Ruchelli Begnami, Laura Jost, Cassia Tabatini, Raíssa Rocha Machado, Juliana Lourenço e June Canedo de Souza.
E também nossos parceiros Sempre Livre, Carefree, Quem Disse, Berenice?, eQlibri e GUCCI.
Clique aqui e acesse a revista. É free!
Para finalizar, a Yasmine deixa sua carta da editora aqui:
“Nenhuma mudança é fácil. A mudança precisa de uma imersão pulsiva dentro do ser para gerar algo de fato novo. Mudar é um mergulho em águas profundas. É o movimento que te joga pra frente, te abre o peito, chacoalha as estruturas. 2021 foi assim.
Sentimos dores que jamais vimos antes. Tivemos a morte batendo na nossa porta várias vezes. Sentimos o pesar do luto individual e coletivo. Vimos a pobreza chegar em níveis avassaladores, quando no desespero da fome, vende-se osso. E as mulheres, ah as mulheres. Meninas e mulheres sofrem ainda mais com o caos. Pobreza menstrual, gravidez na adolescência, aumento da violência, jornadas infinitas. Altos níveis de ansiedade e depressão. A loucura dos extremos. A polarização. A competição. O medo de não sobreviver (seja pelo vírus, pela economia ou pelo emocional). A tentativa de se segurar em qualquer coisa para não perder a cabeça de vez. A vida pelas telas.
Nunca se fez tão necessário ter lideranças femininas na política ou em outros espaços de poder para agirmos na mudança. Precisamos da voz feminina. De ação. De compromisso. Essa edição da COLORIDO mostra nossa dor, mas tamb
ém nossa coragem. Nos lembra que sentir prazer é nosso maior GRITO de liberdade. Gozar é pra todas. E não estou falando apenas de sexo. Vamos gozar a vida. Então mulher eu sei que doeu, eu sei que você mudou.
Assim como eu que perdi amigas, familiares, mudei de casa, de olhar, de vida. Me afundei na terra. Abracei a natureza. Me perdi dentro de mim. Assim como eu que sofri, que caí, que gritei. Eu tamb
ém descobri uma nova mulher que vivia em mim. E tenho certeza que você também descobriu. Se olha no espelho, sente sua coragem tomar conta de você.
Você está viva! A gaiola de ouro se abriu. Goza. Beija. Pinta. Mostra. Escolhe… Quem é a mulher aí dentro que renasce da dor e está pronta pra sentir PRAZER?”
Um grande beijo e lembre-se: entre dor e prazer, o importante é viver!